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  • Andréa Mourão

CCBRas busca mais “andorinhas” para destacar a Cerâmica Contemporânea Brasileira


Mestre ceramista Kenjiro Ikoma, membro da CCBRas e expositor no 4º Festival de Cerâmica do Casarão do Chá. Foto: Lucas Lacaz Ruiz - A13

“Uma andorinha só, não faz verão”, diz o ditado popular e, acreditando nisso, diversos ceramistas do Brasil estão se organizando através da CCBRas para dar visibilidade, fortalecer e ampliar as oportunidades à cerâmica nacional.

Catalogar os processos, as técnicas, os artistas, os atelies, situa-los geograficamente, possibilitar trocas, parcerias, resgatar e construir novas histórias, promover encontros, cursos, exposições, é parte dos propósitos da CCBRas – Cerâmica Contemporânea Brasileira, segundo uma das organizadoras e ceramista, Cristina Rocha.

Da tradição ao contemporâneo, do profissional ao amador, o foco é descobrir e lançar luz sobre quem são os ceramistas que mantêm uma frequência na produção, levantar como produzem, demandas e como potencializar, aprimorar e dar continuidade à prática através de novos adeptos e oportunidades.

Para divulgar a atuação da CCBras, esta se fez presente no 4º Festival de Cerâmica do Casarão do Chá em Mogi das Cruzes, organizado pela Associação do Casarão, buscando a adesão de novos ceramistas. O Festival contou com a participação de diversos ceramistas iniciantes e muitos com trabalho reconhecido e consolidado e de ateliês do estado de São Paulo e Rio de Janeiro.

CASARÃO DO CHÁ – O Casarão do Chá foi construído na região de Cocuera em Mogi das Cruzes em 1942, pelo arquiteto-carpinteiro Kazuo Hanaoka. Foi erguido para ser uma fábrica, um lugar onde se processavam e embalavam as folhas de chá e serviu para esta finalidade até o ano de 1968. Passou por reforma e hoje abriga diversas atividades da comunidade japonesa da região. Feita com técnica japonesa de construção, toda a parte do madeiramento é feita com encaixes. Foto: Lucas Lacaz Ruiz

Mais de 2.000 peças expostas, executadas em diferentes técnicas, expositores de produtos variados, espaço de alimentação, demonstração e oficina de torno – Rokuro Taiken com Sergio Onodera e a queima de Raku com Marcelo Conegliam.

Um dos maiores incentivadores da CCBRas é o Mestre Ikoma. Com 79 anos e há mais de 40 dedicando-se exclusivamente à cerâmica na tradicional técnica anagama, um forno pequeno, sendo que parte dele fica abaixo da terra e cuja a queima é realizada lentamente com a utilização da madeira e a cinza é parte do processo dando a textura, coloração e podendo petrificar uma peça numa queima com duração de 40 horas.

Mestre ceramista Kenjiro Ikoma é membro da CCBRas – Cerâmica Contemporânea Brasileira, participou do 4º Festival de Cerâmica do Casarão do Chá de Mogi das Cruzes. Foto: Lucas Lacaz Ruiz – A13

Durante o 4º Festival, enquanto o mestre Kenjiro Ikoma compartilhava com o ArteKula sobre a técnica utilizada, assim que entendeu que o ArteKula poderia ser um veículo para divulgar a CCBRas, interrompeu a entrevista, saiu em disparada fazendo sinal para que eu o acompanhasse e foi de estande em estande, a procura de quem pudesse falar sobre a Cerâmica Contemporânea Brasileira – CCBRas. A experiência respaldando e dando aval para a inovação.

Essa sabedoria e generosidade de aliar-se, apesar de uma prática de anos consolidada, a outros com ou sem experiência, é a certeza da força e da importância da união de muitas andorinhas para garantir o verão e tantas outras estações e que, se não tiver o novo em harmonia com a tradição, não haverá registros do passado e pouca possibilidade de permanência no futuro.


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